sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008


"Não há paciência para uma paisagem, para um deslumbramento, para um silêncio. Ao menos não aqui, nos trilhos urbanos, onde todos assistem à vida passar como se estivessem na janela de um Trem (...) Empurrados pôr este ritmo alucinante do cotidiano, fazemos uma leitura dinâmica dos fatos (...). Fatos pessoais, diários, que mereceriam uma espiada menos veroz (..) A vida não vem com air-bag: uma freada agora, a esta velocidade, seria fatal. Em frente, então. Mas que cada um saiba criar sua área privativa de descanso: um livro no final da noite, um fim de semana na praia, uma caminhada pela manhã, uma meditação básica. Refúgios que permitam continuar seguindo a viagem sem perder a melhor parte, que é nossa reflexão sobre o que acontece lá fora, já que não dá para saltar deste trem-bala." (Trecho da crônica "Trem-bala") Martha Medeiros publica suas crônicas no Jornal Zero Hora de Porto Alegre