sexta-feira, 11 de abril de 2008

Dos nossos vícios...

Se é verdade que todas as pessoas tem um vício, o meu vício é a leitura. Tenho tanta paixão ao ler que muitas vezes a história se torna parte de mim, se mistura com tudo que sou e está impregnada em tudo que sinto...os personagens parecem estar no meu cotidiano e quando termino um livro, sinto falta da presença deles como se tivessem partido pra sempre.
No momento estou no livro 4 de As Brumas de Avalon, sempre ouvia falar sobre esse livro dizendo a mim mesma que tinha que ler, mas acabava caindo no esquecimento, só que recentemente terminei uma história que falava muito sobre a ilha de Avalon e não tive como escapar, a lembrança de que tinha que procurar por essa fantasia da escritora Marion Zimmer Bradley, se avivou, tomou conta de mim. Comecei a ler o primeiro livro e já estava faminta pelo segundo, hoje estou no quarto e último, me sentindo um tanto quanto saudosa, começo até a ler mais lentamente já prevendo a falta que irei sentir de personagens tão fantásticos e distantes da realidade.
Um dos relatos interessantes do livro fala sobre o intenso amor que Sir Lancelote sentia por seu rei Arthur, um amor tão forte que levou o mesmo a se questionar se todo sentimento de desejo e paixão que ele sentia pela rainha Gwenhwyfar não seria justificado justamente pelo fato da ligação direta dela aquele que era objeto de seu maior amor: o rei.
Agora aqui, parando para pensar sobre isso percebo que muitas vezes alguma coisa parecida a esse sentimento, acontece com nós mesmos...Tenho pessoas que nem mesmo conheço e já me são muito caras e queridas justamente pelo fato de fazerem parte e serem importantes na vida daqueles que amo tão fortemente...chega a ser engraçado, existem pessoas que estão tão distantes de mim...com uma distância digamos, que nunca poderá ser superada e que me fazem sentir ate certa tristeza por isso, pois são pessoas admiráveis, que se tornam admiráveis pela boca daqueles que amo. Sei com uma certeza estranha, que se não fossem determinadas circunstâncias, seriam pessoas queridas em minha vida. Então isso é real...é possível amar alguém que é amor daqueles que nos são mais caros...é possível você sentir-se ligado a pessoas que nunca estiveram contato com você através de laços tão simples de amor ...isso não é fantasia ou história, ou coisa de quem leu demais...isso é sentimento, daquele tipo que todo mundo sente mas que nem sempre para pra questionar e ver se é real.