terça-feira, 22 de abril de 2008

Churrasquinho grego

Revista Galileu

Por Ricardo Bonalume Neto


No livro “Creta”, historiador britânico resgata uma das mais trágicas e desnecessárias batalhas da Segunda Guerra Mundial


A batalha pela ilha de Creta não foi apenas uma das mais furiosas da Segunda Guerra Mundial. Foi também uma das mais desnecessárias e trágicas.

O motivo fica claro no livro "Creta - Batalha e Resistência na Segunda Guerra Mundial, 1941-1945", do historiador britânico Antony Beevor. Ex-oficial de cavalaria do exército britânico, ele é autor de vários best sellers de história militar. Exemplos disso são as obras sobre as batalhas de Stalingrado e de Berlim.

Beevor consegue combinar com perfeição acontecimentos em vários níveis, de generais e estadistas traçando estratégias a soldados e marinheiros tentando sobreviver ao combate.

Os alemães liderados por Adolf Hitler tiveram que fazer duas intervenções em 1941 para salvar do desastre as forças militares de sua aliada incompetente, a Itália de Benito Mussolini. Os italianos haviam levado uma surra dos britânicos no norte da África e foram também vencidos pelos gregos em uma mal executada invasão.

Os britânicos reforçaram os gregos, mas foram de novo expulsos do continente pelos alemães, como em 1940 na França. Mantiveram a ilha de Creta. O território era importante para os britânicos protegerem sua navegação no Mediterrâneo. Para os alemães, seu valor estratégico era bem menor, mas isso não impediu que fizessem um feroz ataque com pára-quedistas. Como são tropas pouco armadas, os pára-quedistas sofreram perdas terríveis. Creta foi uma vitória de Pirro para os alemães, um desastre evitável para os britânicos e uma tragédia para os cretenses, que se viram obrigados a suportar a ocupação nazista.

Creta, de Antony Beevor.
Editora Record. 462 págs. R$ 55


ABSTRAÇÕES FÍSICAS PARA LEIGOS

Michio Kaku é um dos grandes divulgadores da física em atividade. Neste livro, ele toma para si a tarefa de apresentar ao leigo um dos mais abstratos e complexos campos de pesquisa, o que pondera sobre a existência de dimensões e universos paralelos ao nosso. Para introduzir essas idéias, conduz o leitor numa excursão por vários dos principais modelos e teorias adotados hoje. Sua formação como teórico lhe permite passear com desenvoltura pelos conceitos fundamentais da mecânica quântica, inflação, Big Bang, teorias de cordas e por aí vai. Ao mesmo tempo, especula sobre temas como o destino final do Universo, a possibilidade de vida alienígena e o debate sobre algum tipo de predeterminação na formação do Cosmo. Só por sua abrangência e clareza, o livro já constitui uma ótima introdução à história da física. Leia e viaje. (Pablo Nogueira)

Mundos Paralelos, de Michio Kaku.
Editora Rocco. 372 págs. R$ 55